sábado, 28 de agosto de 2010

Por terras dos Faraós


Após 7 horas de voo, lá chegamos à terra de faraós e das pirâmides. Poisamos no Cairo, mas tivemos como destino Hurgada. O resort Caribbean Soma Bay esperava-nos.
Não era realmente, aquele hotel com traços egípcios. Tinha boas piscinas, 5 restaurantes, spa e um conjunto de actividades extras de que podíamos usufruir.
O pessoal do hotel não era extremamente afável, nem dócil, nem simpático, mas conseguiam sorrir às gorjas! Tinham uma pele escura, mas bonita e eram grandes homens. No que diz respeito às mulheres, estas não se encontravam nestas paragens, devido á religião (muçulmana).

Além do descanso, visitamos Luxor e o Cairo.

Luxor é uma cidade situada na parte sul do Egipto. A sua riqueza advém da cultura/ arquitectura. A cidade tem os mais ricos monumentos da civilização egípcia. O rio Nilo separa a cidade em 2 partes: a margem oriental, outrora consagrada aos vivos e a margem ocidental, consagrada aos mortos.
Deslocámo-nos até á cidade de Luxor e pelo caminho encontrámos deserto e deserto… e camelos e cabras! Ali nem existia cor, nem qualquer vegetação. Em Luxor a variedade de sítios a visitar eram muitos. Nós visitamos o Vale dos Reis, onde se encontravam os vestígios dos túmulos dos Reis. Nesse vale, existem 62 túmulos de faraós, túmulos compostos por escritos pintados ou esculpidos nas paredes (cenas da vida quotidiana) até ao seu sarcófago. Visitamos 3 túmulos, ambos diferentes na estrutura. Pelo que constatei, todos os Reis, desde a sua nascença, começavam a construir o sítio onde queriam ser “ enterrados”, depois de todas as cerimónias de mumificação, nesses túmulos eram colocadas as riquezas que eles defendiam que necessitariam na outra Vida, na Eternidade. O Vale dos Reis foi um sítio escolhido por um arquitecto, bem longe do Cairo, pois já na altura (4.000 ac) as pirâmides eram saqueadas. Também neste Vale situa-se o túmulo de Tutankhamon, descoberto em 1922 pelo arqueólogo inglês Howard Carter. Tutankhamon foi um dos mais famosos Reis, já que começou a governar com 6 anos e morreu jovem (com 18 anos).
Após a visita a torrar os 50 graus, visitámos o Templo da Rainha Hatshepshut, o seu estilo é único. Esta Rainha, foi uma das únicas mulheres a governar o país, devido à morte do seu marido e à exigência dela de não querer passar o poder ao seu filho. Transformou-se num autêntico Homem, colocou barba postiça e governou que nem uma leoa (não falando do par de tomates que deveria de ter). O templo está degradado, já que aquando da sua morte, o seu filho, por raiva, destruiu parte dele. O templo é talhado na rocha e a visão do mesmo funde-se na encosta calcária que lhe serve de apoio.

Fomos passando pelo caminho por várias estátuas ao Deuses ( Colóssos de Memon), nos mais diversos sítios e visitámos uma fábrica artesanal de basalto.
Realizámos um pequeno cruzeiro pelo grande rio Nilo (o maior do Mundo que corre de sul para norte) e almoçámos o belo do franganote. Pela tarde, refrescamos um pouco, numa loja de papiros, onde nos explicaram toda a sua fabricação (foi o primeiro país a papirar!).

Seguimos até ao Templo de Karnak, o maior dos templos do antigo Egipto. Este templo foi dedicado a uma sagrada família divina de Amon, Mut e Khonshu, e foi sucessivamente aumentado pelos diversos faraós, tendo levado mais de mil anos a construir. Constitui um brutal espaço, fundido por vários templos num só. Para mim, o grande destaque é a Grande Sala das Colunas, cujo tecto era suportado por 134 enormes colunas (necessitavam de onze homens de mãos dadas para abraçar cada coluna). Todo o templo era revestido de inúmeras cenas quotidianas e tomadas de poder, cenas religiosas, tudo esculpido na pedra.
Acreditem, que foi um dos sítios que mais me marcou. Também neste conjunto de templos existia um lago sagrado (onde os faraós e os sacerdotes se banhavam). Ainda se podiam deslumbrar 2 menires, pois os restantes estão espalhados pelo Mundo.

Tivemos a sorte do guia falar português e ser uma pessoa simpática, com valores e inteligente, que cumpria à regra o Ramadão (mês durante o qual os muçulmanos praticam jejum e renovam a fé). Bem-haja, Ahmed.

Tivemos também em Ramadão durante 3 dias, mas a descansar. Cruzamos os céus e amanhecemos no Cairo. Um Mundo dentro de uma cidade, sendo ela a capital do pais, com o dobro dos habitantes de Portugal.

Partimos até oeste e conhecemos as famosas Pirâmides de Gizé. Estas três majestosas pirâmides foram construídas como tumbas reais para os reis Kufu (ou Quéops), Quéfren, e Menkaure - pai, filho e neto. A maior delas, com 160 m de altura (49 andares), é chamada a Grande Pirâmide.
As pirâmides de Gizé são uma das 7 maravilhas do Mundo antigo e um dos monumentos visto do espaço. Como todas as pirâmides, cada uma faz parte de um complexo que compreende um templo, uma rampa, um templo funerário. As pirâmides menores eram dedicadas às rainhas, aos sacerdotes e pessoas do governo, uma autêntica cidade para os mortos. Para visitar estas pirâmides era preciso rastejar e ter um grande poder de concentração, já que os corredores fundos e baixos levavam-nos quase ao paraíso. Todas elas foram profanadas e roubadas.
Para os Egípcios, a pirâmide representavam os raios do Sol, brilhando em direcção à Terra. Todas as pirâmides do Egipto foram construídas na margem oeste do Nilo, na direcção do sol poente. Os egípcios acreditavam que, enterrando o Rei numa pirâmide, ele elevar-se-ia e ficaria junto ao sol, tomando o seu lugar de direito com os Deuses. SERIA?
Também os camelos nos esperavam e acreditem que foi uma experiência gira, andar em cima daqueles animais que não usam perfume.

Visitamos uma loja de essências, onde nos explicaram as que eram usadas para a mumificação (todos os órgãos eram retirados e os cadáveres eram enrolados em uma espécie de pano, untados e levados a um forno, este processo demorava semanas!), dos Reis e nos deliciámos com a monstruosidade de tanto cheirinho bom.
O almoço também, neste dia, foi o belo do frango, mas com vista para as pirâmides, que nos fazia esquecer o paladar.

Para mim, o Museu do Cairo bateu todos os recordes. Como seria de esperar, não fossem eles também um povo de negócios, os monumentos do Antigo Egipto foram saqueados por mercadores de arte (sem escrúpulos) e com a cumplicidade das autoridades locais. Foi exactamente para travar esta dissipação do património nacional que o governo egípcio, depois de proibir a exportação dos achados arqueológicos, decidiu construir um museu onde seriam conservados e salvaguardados os tesouros do Antigo Egipto.
O museu actual é um edifício de dois andares (lindíssimo!), situado no centro da cidade e embelezado por um pequeno jardim adornado com epigrafes e esculturas antigas.
O rés-do-chão, está dedicado à escultura e aos sarcófagos, é dominado pelas estátuas, sarcófagos, pedras pintadas, túmulos, e tantas coisas que nem vos consigo enumerar. No primeiro andar, o principal tema é o Rei Tutankhamon. Existe um enorme espólio funerário de Tutankhamon: a máscara e os sarcófagos de ouro, as jóias, as roupas, o trono em ouro, o vasilhame de alabastro, o mobiliário e afins.
O governo está neste momento a construir outro Museu para albergar todas as peças que existem, já que na cave do museu existe uma enorme diversificação de peças ainda por numerar e catalogar.
A nossa visita ao Cairo terminou com a visita ao mercado Khan El-Khalili. Passamos pela Cidade dos Mortos, onde hoje se encontram enterradas pessoas e ao mesmo tempo vivem também naquele espaço imensas famílias. Um sitio de filmes, onde se pode observar o cinzento da paisagem. Fomos passando por diversas mesquitas, mas o Ramadão não nos deixou entrar nelas (com muita peninha minha!)
O mercado, bem, amei… Pelas cores, pelos cheiros, pela imensidão de pessoas a regatear! Tudo se vende: jóias, lenços, peles, essências, pedras, estatuetas e as famosas shishas! Acabamos a beber umas limonadas e a observar o panorama.

Voei, voamos e deixei-me encantar pelas lendas e histórias de encantar. Quando a realidade me bateu à porta, voei até ao nosso Portugal!

7 comentários:

David Minderico disse...

Muito bem narrado, é sempre bom ouvir uma história de tempos remotos. Quanto ás fotos, depois vejo-as em tua casa. Beijo bom querida Afilhada.

Unknown disse...

Lindooooo Borboleta !!! :) Obrigado pela partilha

Beijocas Apertadas

Josefina disse...

Olá Ana, bem uma autentica viagem de sonho, cheia de magia e maravilhas. Adorei a tua narrativa, por momentos estive lá também. Beijocas

Anónimo disse...

pronto.... mais uma vez cheio de inveja!!!! que ferias!!! um bj
Marcelo o estagiario horrivel!!!

Anónimo disse...

Anicas ,mesmo.mesmo ramadão...essa ainda nao me tinhas comentado....mas adorei, uma viagem mto bem narrada.Bj.

Piti disse...

Fiquei completamente rendida … Lindas Fotos e uma descrição tão prefeita como uma autentica “ historiadora “ . Adorei Amiga

RM disse...

Belo vôo! Não encontraram por lá nenhuma cegonha com alguma coisa no bico?