sábado, 28 de novembro de 2009

O Curioso Caso de Benjamin Button

Peço que voem com as mensagens que este filme, deixa.
Amei-o.

Benjamin

"- Queria dizer-te o quanto vou sentir a tua falta. Está com medo?- Estou curiosa.

- Está a andar para trás!
- Construiu-o assim, para quem sabe os rapazes que perdemos na guerra se erguerem e voltarem para casa. Voltarem para as quintas, para trabalharem, para terem filhos. Para terem vidas plenas e longas. Esperem que gostem do meu relógio.

A data é 4 de Abril de 1985.
Este é o meu testamento… Parto deste Mundo como cheguei, sozinho e sem nada. Tudo o que tenho é a minha história, e estou a escreve-la enquanto me lembro dela.

Benjamin… e nasci em circunstancias invulgares.

Ela deu a vida dela por mim. E, por isso ficar-lhe-ei eternamente grato.
- És feio que nem trovão. Mas, mesmo assim és filho de Deus. Há criaturas destinadas a não sobreviver. … Este bebé é um milagre, só que não é um milagre que as pessoas esperam ver.
- È parecido com o meu marido, velho!
Nunca se sabe o dia de amanha.


Aquele relógio continuou a andar… ano após ano após ano…
Era uma criança…
- Mamã...mamã… há dias em que me sinto diferente do dia anterior.
- Toda a gente se sente diferente de um modo ou de outro. Mas todos caminhamos na mesma direcção. Apenas tomamos caminhos diferentes para lá chegar, nada mais! Tu tens o teu próprio caminho, Benjamin.
- Quanto tempo me resta? Mama?
- Agradece o que te é concedido, entendes?
Havia noites que ouvia a casa respirar…
Caminhei…
Porém, a morte era visita habitual. As pessoas vinham e iam. Sabíamos quando alguém nos deixava. Fazia-se silêncio na casa. Estava com gente que não era atingida pelas inconsequências da sua juventude. Ficavam a pensar no tempo, …, na luz ao fim do dia.
Chegava sempre gente para ocupar lugares.
Aos domingos, eram dias de visitas. Conhecia a pessoa que mudou para sempre a minha vida.
- Esta é a minha neta, Daisy!
Nunca esqueci os olhos azuis dela.
- Vamos brincar aos segredos! Eu conto-te o meu e tu, o teu!
- Disseram-me que ia morrer breve, mas talvez não!
- És diferente de toda a gente que já conheci!

- És uma criança diferente, Benjamin!
- Que tenho de errado, mama?
- És uma criança-homem. E querido, as pessoas não entende o quão de diferente tu és! Deus ainda não disse, também, querido!

Naquele ano, passei muito tempo sozinho.
Quennie deixava-me ir ver os barcos a subir e a descer o rio. Eram tempos difíceis.
- Eu nasci com uma doença, era velho!
Crescer é engraçado. Acontece sem darmos conta. As coisas mudam rapidamente.
- E se eu lhe disser que não estou a envelhecer, mas sim a ficar mais jovem do que toda a gente?
- Bem, eu ficaria com pena, por assistir a morte de todos os que amas, antes de ti. Benjamin, o nosso destino é perdermos quem amamos. Se assim não fosse, como saberíamos quão importantes são para nós?
Ela ensinou-me a tocar piano e ensinou-me o que significava sentir a falta de alguém.
Já tinha ido a um bordel, tinha tomado a minha primeira bebida, tinha-me despedido de uma pessoa amiga e enterrado outra. Em 1936, quando chegava ao fim do meu 17 ano de vida, fiz a mala e disse adeus. Sabia que, sendo a vida o que era provavelmente não voltaria a vê-los.
- Benjamin, para onde vais?
- Para o mar. Depois mando-te um postal!
- De todo o lado! Manda-me um postal de todos os lados!
Terra Nova, baia de Baffin, Glasgow, Liverpool, Narvik.

Daisy fora convidada para uma audição em Nova Iorque para a escola Americana de Bailado.

Os dias eram longos e as noites mais ainda. Uma certa noite estava com insónias… Elisabeth falou-me de todos os sítios que tinha estado e que tinha visto. E conversávamos até de madrugada pelas nossas vidas distintas. Passamos todas as noites a encontramos naquele átrio.
“ Dear Daisy,
I am working in Russian Port. It’s very cold here. I’ve meet somebody an I’ve fallen in love”
Fui a primeira mulher que me amou. Até uma certa noite… rebentou a guerra e alinhei na guerra…
A guerra finalmente tinha-nos encontrado.
- Postes de combate… Capitão! …mas, quando chegamos ao fim temos de nos deixar ir.
Morreram 1328 homens. Despedi-me de todos os homem que tinha, sonhos próprios, todos os homens que queriam ter sido vendedores de seguros ou médicos, ou advogados ou chefes índios.
...
Tinha 26 anos quando regressei a casa. Voltar a casa é engraçado. Tudo parece na mesma, cheira ao mesmo e tem a mesma sensação.
Uma certa manha depois de ter voltado. Daisy…

Ela rompeu todas as convenções as posições e movimentos. Falou-me deste grande mundo novo. Nem ouvia bem o que ela dizia.
- Não, Daisy vou desiludir-te.

As coisas estavam a ficar diferentes para mim. O meu cabelo estava pouco grisalho e crescia rapidamente, o meu olfacto estava apurado, a minha audição mais precisa, conseguia caminhar melhor e mais rápido.
Enquanto toda a gente envelhecia eu estava a rejuvenescer, sozinho.
- Lembra-se de mim?
- Claro que sim, Mr. Button.
- Estou muito doente, velho e não tenho família, vivo sozinho. Oxalá não se importe, mas de vez em quando gostava de ter a sua companhia.
- Farei tudo o que for possível, mas o que quer de mim?
- Benjamin! És meu filho! Lamento não te ter dito antes. A tua mãe Caroline morreu no parto, eu prometi tomar conta de ti, mas tu eras um monstro!- Vamos lá vestir!
Podia praguejar, amaldiçoar o destino…mas, quando chegamos ao fim temos de nos deixar ir.

Ela dançou em Roma, Veneza, Paris. Foi fantástico. Mas, o pensamento estava lá.
- Uma carta para Benjamim!
Mas, a vida, sendo o que è, uma serie de cruzamentos e incidentes, sem qualquer controlo e aquele taxista distraiu-se e momentaneamente apanhou a Daisy e esmagou-lhe uma perna.
- Sai da minha vida! Nunca mais posso dançar!

Aprendi a navegar no velho barco que o meu pai me tinha deixado, que estava na casa do lago… não vou mentir, tive muitas mulheres, mas, na Primavera de 1962, ela voltou.




Pedi-lhe para partir comigo, navegamos…
- Vou desfrutar de cada momento que passar contigo.
- Estava a pensar como nada dura para sempre. E que pena que seja assim.
Foi das épocas mais felizes da minha vida.

- Sabes, talvez ainda tivesses mais uns anos para dançar, mas escolheste fazer algo especial e único, que só poderias faze-lo durante um curto espaço de tempo.
E acho que foi ali mesmo, naquela altura que ela compreendeu que nenhum de nós é perfeito para sempre. Encontrou paz interior, abriu um estúdio e ensinou jovens a dançar.
- Quero recordar nos de nos tal como estamos neste momento.
- Estou grávida!
- Como vou ser pai se caminho em direcção contrária? Não é justo. Quero que tenhas tudo o que queres, tudo.
Num dia de Primavera, num dia igual a tantos outros… Ela deu a luz uma menina de 2 quilos e 400 gramas, a quem demos o nome de Caroline.

- Vais ter de lhe arranjar um verdadeiro pai. Ela vai precisar de alguém que envelheça com ela.
Vendi a casa de Verão, vendi os Botões Button, vendi o veleiro do meu pai e pus todo o dinheiro numa poupança. Para que tu e a tua mãe pudessem ter uma vida feliz. Parti antes que pudesses sequer lembrar de mim.
Parti apenas com a roupa que tinha no corpo.
Fui para a Índia e para que conte, nunca é tarde demais, ou, no meu caso cedo demais para seres quem desejas ser. Não há limites de tempo, começa quando quiseres, podes mudar ou continuar na mesma. Não há regras para isto. Podemos aproveitar o melhor ou o pior. Oxalá aproveites o melhor. Espero que vejas coisas que te espantem. Espero que sintas coisas que nunca sentis-te antes. Espero que conheças pessoas com diferentes pontos de vista. Espero que tenhas uma vida que te orgulhes. E se descobrires que não te orgulhas, espero que tenhas força suficiente para começar tudo de novo.

Regressei
- Porque voltas-te?
- Caroline, este é o Benjamin, conheces-te quando ainda eras bebé.
- Nada dura para sempre.
- Nunca te deixei de amar!
- Mas, Benjamin, agora estou velha!

- Ele está muito confuso. Não sabe onde está.
- Tenho a sensação de que há muita coisa que não me lembro. É como se eu tivesse uma longa vida. E não consigo lembrar-me de como foi.
Em 2002, puseram um relógio novo naquela estação. E na Primavera, ele olhou para mim, e percebi que ele sabia quem eu era. E depois fechou os olhos como que para dormir.
- Boa noite, Benjamin…"

Um dos filmes mais emocionantes que vi. Voei com ele... E até digo: Boa noite, Benjamin! Até sempre...

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Sobrinhos


Sobrinho é um sobrenome da onomástica da língua portuguesa, derivado da relação familiar correspondente ao filho do irmão ou da irmã.

Eu, nem sequer tenho irmãos para ter sobrinhos de sangue ( sou uma desgraça!), no entanto, já tenho alguns sobrinhos nascidos de laços familiares e de laços de amizade.

Esta semana nasceu o Francisco, sobrinho da parte do meu Sérgio. È uma pequena ternura, de tão pequeno e redondinho que é. Posso dizer que também é meu:), que vai voar comigo muitos dias ( isto se os pais deixarem e confiarem na tia). Vou ensiná-lo a ser Grande de Alma e Coração, para que seja a delicia da tia.

Depois, tenho muitos mais: a Mariana, o Bernardo, as Matildes, o Gonçalo, os Joãos, a Leonor, o Manel, o Francisco, os Afonsos, o Jonas, a Isabel, a Barbara, as Joanas, a Filipa, a Ana, o Martin. São sobrinhos de coração que gosto muito e que os adoro como se fossem meus de Sangue. Eté me chamam de tia!!!! Sou sortuda!
Muitos destes sobrinhos acompanhei-os desde embriões, até agora já mais graúdos. Bem giro que é todo este processo.

Gostava de ter os meus, mesmos meus, para ver a diferença : se os amaria de forma diferente, ou se tenho a já possuo essa capacidade de os amar tanto como se assim se tratassem.
Voam comigo com o Mundo nas mãos, em conjunto com os seus papás e mamas que também são os queridos por os deixarem ser meus SOBRINHOS!

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Carina

Nasceu em Novembro e também foi em Novembro que partiu , deste estado para além Mundo.
Com uma vida nada facilitada, esta foi uma das Mulheres mais lutadoras que encontrei no meu caminho de Vida.
Não é depois de uma pessoa partir que se deve dizer estas coisas e acreditem que lhe disse isto.
Tentei, de certa forma, lhe transmitir a minha força de Viver, encoraja-la a lutar pela sua vivência. Mas, existe sempre aquela doença tramada e teimosa, que derruba as pessoas fisicamente e psicologicamente, que a levou e lhe tirou todas as energias que advinham desta minha amiga.
Conhecia como minha cliente, passou a conhecida, depois ganhou o estatuto de amiga.
Era uma pessoa que nos fazia sorrir, rir e que inundava força de Viver. Com quem podiamos conversar, falar e desabafar.
Amiga do amigo, era capaz de ir ao fim da estrada para dar a mão e nesta hora, não me conformo com a sua partida, assim, desta forma.
Deixou cá muita gente amiga, mas principalmente as suas razões de Vida: a Cátia e a Diana, suas filhas de Sangue, Alma, Coração e pelas quais, tenho a certeza, que lutou até ao limite.

No entanto, a única coisa que posso ainda dizer é: “ Obrigada, Carina por teres existido e continuares a existires no meu VOO de Vida”.
Beijo eterno.
Às meninas digo: “ Continuem a Voar pela vossa Mãe”.

domingo, 15 de novembro de 2009

Aldeia da Pena



Foi no passado dia 14 de Novembro que voamos, sim, voamos: eu e o meu menino até S. Pedro do Sul. Fomos somente visitar a tia João e a avó Mena, mas aproveitamos para visitar uma das aldeias mais antigas do concelho.
Existiam poucas casas e um número menor de habitantes. A aldeia da Pena possuía uma pequena capela (ternurazinha), um ribeiro onde a água era límpida e aquele cheirinho a lenha queimada de lareira.
Voamos tão baixinho que dava para ouvir o sussurrar daquelas gentes, do outro lado da parede.
Existem sítios bonitos, no nosso Pais, por descobrir. A esta Aldeia chamamos um lugar do nosso Portugal Profundo.
Voem até lá.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Borboleta Pequena


Tudo o que é pequenino também cresce! E eu cresci!
Mas, até era uma minhoca engraçadinha, antes de virar a borboleta, não acham?