Chuva

Precisamos dela, é certo. È um dos elementos da Natureza e bem necessária!
Hoje apanhei uma verdadeira molha da preciosa chuva que rompia dos céus, como algo avassalador pela Terra que me entrou na Alma até ao tutano, sem me deixar voar pela hora de almoço.
Bem, consegui sentir-me desconfortável, mas ri-me por dentro, pois veio-me à lembrança de miúda pequena e como adora andar à chuva com a minha gabardina transparente e umas galochas amarelas. Saltava de poça em poça, de pedra em pedra e divertia-me imenso com aquela explosão de água, que mais parecia um repuxo. Lembranças guardadas no baú da minha memória e que gosto de lembrar.
Desde criança gosto muito de ouvir dormir o som da chuva a bater nas telhas e a estar quentinha, sossegadinha. Traz a lembrança os pequenos-almoços de leitinho e torradas (dados na cama, pela minha querida Mãe!) a ler livros da Anita.

Existe quase como algo de mágico, naquelas águas, naquelas gotas que caem com a gravidade. Têm por vezes, uma espécie de furor de sentimentos apaixonados e outras vez uma calmaria do amor.
Na maioria dos casos, a chuva leva a que as pessoas fiquem tristes e necessitadas de colo e carinhos. È da sua frieza, dos dias escuros que causa, mas tem de ser. Temos que levar com ela.
Vamos lá a continuar abrir o belo do chapeú, a vestir o belo do casaco e a sorrir à chuva, para ver se a marota deixa que o Sol nos aqueça a Alma, já que ainda não existe uma chuva de borboleta voadoras que nos tragam odores e cores para nos alegrar o coração!