domingo, 14 de fevereiro de 2010

Palavras lidas

"Quero apenas cinco coisas.
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o Outono
A terceira é o grave Inverno
Em quarto lugar o Verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da Primavera para que continues me olhando."
Pablo Neruda

Li este poema, escrito pelo meu amor/namorado às 7 a.m.
Lindas!!!! Foram só para mim. Como não sou invejosa, partilho-as convosco!
Bom Dia dos Namorados... e voem alto!

4 comentários:

Pablo Neruda disse...

"Tu eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi: não soube
que ias comigo,
até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo."

Pablo Neruda disse...

Ilusão Perdida

Florida ilusão que em mim deixaste
a lentidão duma inquietude
vibrando em meu sentir tu juntaste
todos os sonhos da minha juventude.

Depois dum amargor tu afastaste-te,
e a princípio não percebi. Tu partiras
tal como chegaste uma tarde
para alentar meu coração mergulhado

na profundidade dum desencanto.
Depois perfumaste-te com meu pranto,
fiz-te doçura do meu coração,

agora tens aridez de nó,
um novo desencanto, árvore nua
que amanhã se tornará germinação.

Pablo Neruda, in 'Cadernos de Temuco'

PN disse...

Deixo-te o poema completo, porque o acho realmente bonito e tu mereces lê-lo por completo, porque És e sempre serás ÚNICA:

"O teu riso

Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.

Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.

A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.

Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.

À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.

Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria."

Pablo Neruda

cestinha disse...

O teu riso

Como é bonito este poema!
Como é bonito o teu riso!

Que nunca me falte tambem a mim, o teu riso! É sinal que entre nós a amizade está consolidada, com verdade, desde o primeiro instante. É ou não é?

O nosso riso é "imagem de marca"

Há tempos encontrei por acaso um antigo companheiro, amigo, até namorado, que se afastou e tomou outro rumo. Pensei que, ou não me falaria ou nem sequer já me conhecia. Enganei-me. Ao passar por ele, sorri e disse-lhe olá e ele respondeu-me: Olá! Há quanto tempo não te via! Continuas com mesmo sorriso lindo !

A vida segue o seu percurso, mas sabe tão bem saber que recordam o nosso sorriso ao fim de tantos anos...