quinta-feira, 26 de março de 2009

Feira

Desde sempre me lembro da famosa “ Feira de Março”, aqui na cidade de Torres Novas.
Já os mais variados lugares tiveram a honra da sua estadia, mas para mim o mais mediático foi o no Rossio( ainda apelidado do "Rossio da Feira").
Era enorme o espaço e lá cabia tudo, desde o carrossel da selva, aos aviõezinhos, aos carros de choque…tudo! Tínhamos ainda as famosas barraquinhas que vendiam os patos gémeos que empurrávamos e eles davam à cabeça (já não se vê nada disso, não pensem!), tínhamos ainda os ío-iôs feitos de pratas (aquelas pratas do revestimento dos chocolates) e cortiça por dentro com um elástico que fazia a delícia das meninas e dos meninos.
Corríamos de um lado para o outro sempre, tendo como destino o cheirinho da boa pipoca ou do algodão doce (que nos embodegava até aos cabelos para o delírio das nossas mães.)
Aí íamos nós, com o nosso melhor vestidinho de domingo, na carteira iam os trocos que as avós nos davam e radiantes víamos aquele brilho de cores a rodopiar, ouvíamos aquelas músicas pimbalhonas (que adorávamos) e sonhamos dias e dias com aquele dia de domingo.

Hoje é bem diferente.
Coitados dos pais que para verem a cara dos filhos a sorrir (sim, porque não é bem um jogo da playstation) têm de desembolsar um dinheirão. Depois as famosas barraquinhas passaram aos mexicanos a venderem de tudo (menos os patos e aqueles ío-iôs, claro!) e os meninos já não se vestem a rigor, nem levam os trocos.

Tudo muda, realmente. Nem sei se para melhor (já que têm de tudo), se para pior porque não sabem dar valor a um balão a fugir pelo ar no largo da feira.
Só quero acreditar que o balão voa pelo ar e que as crianças continuam felizes.

3 comentários:

Anónimo disse...

Hoje abriu a caixa de recordações.
Entrou noutro mundo.
Existem momentos na nossa vida que não se repetem.
São estes momentos que ficam marcados a ferro e fogo nas nossas memórias que tornam doces os dias da meninice. São as brincadeiras, o algodão doce, as pipocas e o sentir uma felicidade imensa... num mundo de coisas que mundam com os tempos!

Anónimo disse...

Vamos á feira e sentimos a alegria na mesma dos miúdos e graúdos, nas alucinantes voltas e reviravoltas do carrossel.
Gostava quando íamos todos, o grupinho habitual. Era giro!
Dá para andarmos com o carrossel da vida para trás?

Anónimo disse...

A feira anda mesmo a aduçar-te a boca, nunca mais voas-te até ao teu blog.