sábado, 21 de março de 2009

Poesia

Hoje também é dia da poesia!
A palavra poesia vem do grego "poieo", que significa: fazer, criar, fabricar, executar, agir, ser eficaz, conseguir e compor poema. Mas, considerando um significado mais subjectivo, pudesse dizer que a poesia engrandece a alma e expressa sentimentos
Adoro poesia, não por rimar (por vezes!), mas pela simplicidade e complexidade ao mesmo tempo do emaranhar de letras, silabas, palavras, quadras e afins.

Somos um país de poetas, de fado, de folclore. Temos Camões como primata, Coimbra de palco, o Ribatejo como exemplo vivo.
À pessoas que a ignoram, mas de alguma forma já ouviram a poesia dita pelas mamas, pelas avós enquanto os embalavam em bebes.
À pessoas que já a declamaram, em versos de criança, em adivinhas proferidas, em canções manhositas (com uma certa graça!).
Os adultos, esses, nós... São mais complicados... Temos os que a utilizam para a conquista de corações, temos os que escrevem e dizem coisas simples ( mas, bonitas!) e uns que valem pela coragem de as publicar, de a mostrar de uma forma tão bonita.
Bem hajam a todos!

8 comentários:

Anónimo disse...

Poesia...
Eu adoro poesia.
Sempre tive a mania que, entre outras coisas, havia de escrever poemas, mas...faltou-me o talento.

No entanto, deixo um pequeno poema e, desde já peço desculpa aos poetas.

Há dias em que busco inutilmente
uns versos escrever, por distracção.
Mas faço a tentativa sempre em vão
tornando-me, por isso,impertinente.

Há outros, em que busco achar na mente
ideias geniais, de sensação.
Mas pode, por acaso, um coração
passar do que só é - pequeno ente?

Por isso, quanto mais eu me consumo
em dar ao pensamento novo rumo,
mesmo envergando o hábito de asceta

a prórpia consciência vem tirar-me
do sonho em tal momento e vem gritar-me:
procura tudo! Menos ser poeta!

Anónimo disse...

AUSÊNCIA

Num deserto sem água
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua

Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua.

Sophia de Mello Breyner Andresen

Anónimo disse...

"Amar!



Eu quero amar, amar perdidamente!

Amar só por amar: aqui... além...

Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...

Amar! Amar! E não amar ninguém!



Recordar? Esquecer? Indiferente!...

Prender ou desprender? É mal? É bem?

Quem disser que se pode amar alguém

Durante a vida inteira é porque mente!



Há uma primavera em cada vida:

É preciso cantá-la assim florida,

Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!



E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada

Que seja a minha noite uma alvorada,

Que me saiba perder... pra me encontrar... "


Florbela Espanca

SG disse...

Minha Borboleta encontrei este poema que acho muito bonito e que identifico contigo, espero que gostes...

Borboletas

"Borboletas são tão belas o que seria delas
Se não pudessem voar?
O céu e as estrelas não poderiam vê-las passar
Lá fora eu vejo um mundo
E sinto lá no fundo
Que aqui não é o meu lugar
Eu sou pequenininha e fico aqui sozinha a sonhar
O meu coração me diz
Que um dia vou ser feliz
Voar para bem longe como eu sempre quis
Um dia eu tive a chance de ter ao meu alcance
O que fez transformar

Sonho em realidade, escuridão em brilho no olhar
Eu vi que na verdade
A dor um dia pode ter fim
Achei a liberdade, ela tava dentro de mim
O meu coração me diz
Agora eu já sou feliz
Voei para bem longe como eu sempre quis..."

Anónimo disse...

UM CONGRESSO EM MONTESINHO

Depois de três dias de

comunicações e mesas redondas sobre

a conservação do lobo

o capuchinho vermelho pediu a

palavra e disse:

"tudo muito certo

mas como é que eu levo

o lanche

à minha avó?"

José Carlos Barros.

Anónimo disse...

Motivo

Eu escrevo

Porque minha alma é grande

E não cabe só no que vejo.

Eu escrevo

Porque não me cabe

a palavra escondida.

Eu escrevo

Para não me entupir

de bocejos.

Eu escrevo

Por que tenho dedos

na mão direita...

e também no coração.


Swany Cristini Castilho

Anónimo disse...

......
Quanto, quanto me queres? - perguntaste
Numa voz de lamento diluída;
E quando nos meus olhos demoraste
A luz dos teus senti a luz da vida.

Nas tuas mãos as minhas apertaste;
Lá fora a luz do sol já combalida
Era um sorriso aberto num contraste
Com a sombra da posse proibida...

Beijámo-nos, então, a latejar
No infinito e pálido vaivém
Dos corpos que se entregam sem pensar...

Não perguntes, não sei, - não sei dizer:
Um grande amor só se avalia bem
Depois de se perder.

António Botto In "Canções e Outros Poemas",

Anónimo disse...

Escuto
Escuto mas não sei
Se o que oiço é silêncio
Ou deus

Escuto sem saber se estou ouvindo
O ressoar das planícies do vazio
Ou a consciência atenta
Que nos confins do universo
Me decifra e fita

Apenas sei que caminho como quem
É olhado amado e conhecido
E por isso em cada gesto ponho
Solenidade e risco
....
Sophia de Mello Breyner